terça-feira, 25 de agosto de 2015

Notícias sobre o Aparte

Matéria do Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, sobre a triagem do 3º Aparte da Canção Nativa:


domingo, 23 de agosto de 2015

Músicas classificadas para o 3º Aparte da Canção Nativa

Camoatim
Ritmo: Chamarra
L: Giba Trindade
M: Volmir Coelho
Cidade: Alegrete e Santana do Livramento

Cantando cavalos mansos
Ritmo: Milonga
L: Gujo Teixeira
M: Juliano Gomes
Cidade: Lavras do Sul e Porto Alegre

Cena comum do meu pago
Ritmo: Chamarrita
L: Fábio Maciel e Fernando Soares
M: Marcelo Oliveira
Cidade: Bagé e Santana do Livramento

Dos arreios
Ritmo: Chamarra
L: Anomar Danúbio Vieira
M: Mauro Moraes
Cidade: Porto Alegre

João sem tropa
Ritmo: Aire de Malambo
L: Rogério Villagran
M: Kiko Goulart
Cidade: Lages/SC

Marcela
Ritmo: Milonga
L: Carlos Eduardo Nunes
M: Clênio Bibiano da Rosa
Cidade: Cachoeira do Sul

Memorial
Ritmo: Tango
L: Fábio Maciel
M: Carlos Leal
Cidade: Bagé e São Gabriel

Na cintura
Ritmo: Rasguido
L: Hugo Pedroso
M: Felipe Corrêa
Cidade: Cachoeira do Sul

Olho d’água
Ritmo: Milonga
L e M: Volmir Coelho
Cidade: Santana do Livramento

Parador
Ritmo: Rasguido
L: Míchel de Carvalho Plautz
M: Felipe Corrêa
Cidade: Cachoeira do Sul


Poeira nos olhos
Ritmo: Milonga
L: Eduardo Muñoz
M: Raineri Spohr
Cidade: Dom Pedrito e Pelotas

Rondas da alma
Ritmo: Milonga
L: Marcelo Paz Carvalho
M: Marcelo Paz Carvalho / Cesar Paz Carvalho
Cidade: Cachoeira do Sul

Os autores serão informados por e-mail sobre os prazos para entrega das músicas que formarão o CD e as respectivas autorizações e versão final das letras.

sábado, 22 de agosto de 2015

Inscrições encerradas!

Encerraram-se as inscrições para o 3º Aparte da Canção Nativa. Hoje, 22 de agosto, iniciaremos a triagem para apartar as 12 classificadas do festival. Boa sorte aos inscritos!



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Tchê de bombacha, tu não te abaixa!

No 2º Aparte da Canção Nativa, mais um cachoeirense foi vencedor com uma canção que virou hit do conjunto Os Mirins
Jaime Soares Júnior
Se na primeira edição do Aparte da Canção Nativa, em março de 1989 o cachoeirense Jaime Brum Carlos sagrou-se campeão homenageando ao conterrâneo Edson Fernando Ferreira Lima, o Negro Lima, na segunda edição do festival foi a vez de outro artista local brilhar: Jaime Soares Júnior! E com um tema que segue atual: Tchê de Bombacha.
A parceria com o poeta Vaine Darde foi um sucesso. “Cantei na primeira noite e o público veio abaixo. Gostou muito. Na segunda noite já tinha até faixa e torcida organizada na arquibancada do Arrozão”, destaca Jaime Júnior, hoje proprietário de um jornal em Florianópolis e com esporádicas apresentações musicais na noite da capital catarinense.
O seu Elêm Cavalheiro Bartmann me avisou que ia fazer a segunda edição do Aparte e queria que os compositores cachoeirenses mandassem música. Eu era amigo do seu Elêm e até tocamos uma ou outra vez juntos. Ele era gaiteiro, ótima pessoa. Quando vi que o Aparte voltou só pensei na alegria que ele deve sentir lá onde estiver”, relata.
Motivado pela conversa, ele pediu para o poeta Vaine Darde escrever algo que ele pudesse gravar para triagem do Aparte. “Era uma época difícil como agora, o peão de campo perdendo emprego, uma crise danada na agricultura e pecuária e no País. Tanto que a letra continua atual, 25 anos depois”, argumenta. A música foi classificada e o cantor buscou o grupo Fandangaço, de Pantano Grande, para acompanhá-lo. “Fizemos dois ensaios e uns ajustes no dia da apresentação e ganhamos o festival concorrendo com as feras da época: Daniel Torres, Miguel Marques, Grupo Parceria, Antônio Gringo. Gente que dominava a premiação nos festivais”, lembra sorridente. “Tem um sabor especial vencer em casa”, emenda.
Meses depois, o conjunto Os Mirins gravou um CD e colocou a música, que também deu título ao trabalho. “A música estourou, fez muito sucesso. Tocou em tudo quanto foi rádio. Aliás, os dois discos do Aparte são muito bons e merecem ser resgatados”, enfatiza. Júnior gravou um CD chamado “No ritmo do motor”, com seis poesias e seis músicas, em parceria com artistas catarinenses e uma linguagem universal, mais pop.
Confesso que estou desatualizado sobre o nativismo, muito absorvido pelo trabalho que estamos fazendo aqui. Recentemente andei fazendo uns temas com o Nilo Bairros de Brum, que venceu a primeira Vigília, sobre a Guerra do Contestado, mas está fora do perfil de música para mandar pro Aparte, por isso desta vez não vou inscrever nada, mas vou torcer muito por quem passar e pelo sucesso do festival. Que tenha vida longa. Quem sabe pro ano que vem não surge alguma música para enviar”?

HOMENAGEM
Jaime Soares Júnior teve estreita relação com o idealizador do Aparte da Canção Nativa, Elêm Cavalheiro Bartmann, bem como o patrão do CTG José Bonifácio Gomes na época, Ramiro Leal dos Santos, e o presidente do Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, Ernani Almeida. “Acho que a volta do Aparte é uma homenagem justa pra essas pessoas que fizeram o festival e que sempre batalharam pela cultura e pelo município, em sí”, enfatiza.
O cantor que venceu o 2º Aparte da Canção Nativa participava de rodeios e concursos pelo CTG José Bonifácio Gomes, quando o patrão era Elêm Cavalheiro Bartmann. “Fomos para o Festival do Mobral, hoje Enart, e vencemos o primeiro. Depois concorremos no Fegart. Em grupo de danças o CTG se tornou hors concurs, e eu venci na categoria de intérprete vocal”, informa. Depois participou do grupo de projeção folclórica Reminiscências, do saudoso Cláudio Roberto Xavier Engler, idealizador da Vigília do Canto Gaúcho.

Tchê de Bombacha
L: Vaine Darde
M: Jaime Soares Júnior
Interprete: Jaime Júnior e Fandangaço

Tchê de bombacha, Tchê de bombacha,
Tchê tu não te abaixa;
Mantenha as mãos firme nas rédeas
Porque agora é no vai ou racha!
Tão querendo botar freio , tchê,
No nosso bagual de raça!

O guasca peleja as vacas de forma a virar dinheiro
Mas ao abrir a guaiaca não sobra nem pro puchero,
E quando chega o fim do mês falta os pilas pro palheiro;
Se esfola todo na lida e vai calejando as mãos
Consumindo a própria vida na velha sina de peão,
Desse jeito o qüera finda changueando só pelo pão!

Ninguém vive de esperança, nem se mantém com promessa
Quem espera nunca alcança, quem quiser faça, não peça;
E a miséria só termina, onde a justiça começa.
Já é hora do gaudério, exigir o que é seu,
E lavar a coisa a sério, como outrora aconteceu,
Pois desse jeito o gaúcho, vai ser peça de museu! 

domingo, 16 de agosto de 2015

Inscrições prorrogadas!

As inscrições feitas online aqui pelo blog do festival foram prorrogadas até a próxima sexta-feira, 21 de agosto.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Rádioweb Terra Gaúcha vai transmitir o 3º Aparte da Canção

Emissora levará o festival ao mundo toda pelas ondas da internet

Juvêncio Avelino Machado Pinheiro, diretor da Terra Gaúcha
A Rádioweb Terra Gaúcha, de Santa Cruz do Sul, é a primeira a confirmar presença na transmissão do 3º Aparte da Canção Nativa, de Cachoeira do Sul, que acontecerá no dia 2 de outubro, dentro da Programação da 65ª Feira Agropecuária de Cachoeira do Sul (Feapec). O evento é promovido pelo Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, CTG José Bonifácio Gomes, e tem o apoio do Núcleo Cachoeirense de Compositores Nativistas.
Segundo o diretor da Terra Gaúcha, Juvêncio Avelino Machado Pinheiro, o Aparte será o 12º festival transmitido pela emissora web para todo o mundo pela rede mundial de computadores. “Não poderíamos deixar de participar deste retorno do Aparte da Canção, que vem repercutindo tão bem no meio nativista. Trata-se de um espaço renovado, mas que tem no seu perfil uma condição de resistência, de dar ênfase às coisas do campo, às autênticas tradições do gaúcho. Precisamos de mais festivais autênticos como é a proposta do Aparte, que fale o linguajar da nossa gente”, destaca o dirigente.
A Rádio Web Terra Gaúcha pode ser acessada na rede internet pelo endereço www.radioterragaucha.com.br.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Um caso Aparte

(por Cleiton Evandro dos Santos - Ass: Aparte da Canção Nativa)
Jaime Brum Carlos recebe o troféu pelo primeiro lugar no 1º Aparte, por Eterna Ausência
Crédito: Museu Municipal

Jaime Brum Carlos, vencedor do I Aparte da Canção Nativa, comemora a volta do festival e do campeirismo a Cachoeira do Sul
Quando naquela noite de março de 1989 a voz potente do cantor Léo Almeida ecoou pelo ginásio Arrozão com o refrão: “Sempre que um laço assovir no espaço, num sobrelombo de virar por cima, rebrotará por entre a polvadeira a estampa guapa do Negro Lima”, não houve quem não arrepiasse, e alguns dos presentes foram as lágrimas. A milonga Eterna Ausência, com letra do cachoeirense Jaime Brum Carlos e melodia de Sabani Felipe de Souza, foi aplaudida de pé por grande parte das 3 mil pessoas que estavam no Ginásio da Fenarroz. Era uma homenagem ao pecuarista e advogado Edson Fernando Ferreira Lima, perpetuado então como Negro Lima, filho do também muito conhecido advogado e pecuarista Edyr Lima, patrono do Museu Municipal.
Edson, que era suplente de vereador – exercendo a titularidade - havia falecido em 24 de novembro de 1987, aos 40 anos, em um trágico acidente de trânsito. Deixou uma ferida aberta no meio tradicionalista e agropecuário de Cachoeira. Jaime Brum Carlos, médico veterinário hoje radicado em Restinga Seca, era amigo muito próximo do “Negro Lima”. Logo após a premiação, subiram ao palco com os autores, dois filhos de Edson. Fernando, o “Cabeça”, e Flávio, o “Pingo”, ambos citados na música. Os outros três filhos eram ainda muito jovens: Fabrício, do Escritório Rural Centauro e que recentemente foi patrão do CTG José Bonifácio Gomes, Edyr Lima Neto, e Raul Lima, ginete multipremiado no Freio de Ouro.

O “NEGO LIMA”
Edson Fernando Ferreira Lima monta Frevo do Angico, no desfile da Semana Farroupilha
Crédito: Arquivo da família
Edson Fernando Ferreira Lima era pessoa muito querida nos meios tradicionalistas e agropecuário de Cachoeira do Sul e região, tendo atuado no Sindicato Rural, em diretorias do CTG José Bonifácio Gomes e diversas atividades relacionadas ao campo, a ponto de ter sido eleito suplente de vereador entre 1985 e 1988. Ele assumiu a titularidade do mandato por um ano, concluído justamente pelo fatídico acidente.
Na Vila Piquirí, interior do município, o galpão crioulo da escola leva seu nome. No Parque Xangri-lá, há uma rua que o homenageia, e a pista de laço do Sindicato Rural de Cachoeira do Sul também o tem como patrono, tamanha sua importância e representatividade para a entidade. Seus filhos, familiares e amigos também criaram o Piquete de Tradições Gaúchas Edson Fernando Ferreira Lima, que participou de inúmeros rodeios e atividades regionais.

A VITÓRIA
Jaime Brum Carlos e Sabani Felipe de Souza, compositores de Eterna Ausência
A vitória no Aparte foi um misto de alegria e tristeza. Alegria por estar prestando uma homenagem a um grande amigo e um grande homem, um campeiro como poucos que conheci. E, ao mesmo tempo, a tristeza de sua eterna ausência”, explica Jaime Brum Carlos. Aliás, Eterna Ausência tornou-se um clássico da música nativista e até hoje, 25 anos depois, roda nos programas nativistas de rádio Rio Grande afora.
Para Brum Carlos, a volta do Aparte é simplesmente o resgate de um evento que, na época, trouxe de volta a verdadeira cultura campeira pra os palcos de Cachoeira, visto que a Vigilia havia se extraviado das suas próprias raízes e se tornado um festival de música mais urbana. Segundo ele, após o Aparte, a Vigilia retornou aos trilhos, o que fez com que o Aparte se tornasse desnecessário, pois já havia cumprido com a sua missão.
Agora, com a lacuna deixada novamente pela ausência da Vigilia, o Aparte retorna para reerguer a bandeira da cultura nativa. Espero que, desta vez, seja para sempre, pois Cachoeira tem plenas condições de promover dois eventos - um na Feira Agropecuária de Cachoeira do Sul (Feapec) e outro na Feira Nacional do Arroz (Fenarroz). Aliás, o Aparte tem "a cara" da Feapec, pois ambos são eventos voltados ao homem que tem raízes no campo, não importando onde viva”, destaca o compositor.
Fernando Lima, filho de Edson, destaca também a importância da volta do Aparte. “O Aparte já era importante pelo seu perfil de festival campeiro, ligado às nossas orígens lá no Piquirí, ao CTG José Bonifácio Gomes, ao Sindicato Rural. Nossas casas também. Mas, quando Eterna Ausência venceu o festival, numa homenagem ao nosso pai, gravou em nossa alma a sua importância, tornou-se parte da família e estamos muito felizes com sua volta”, enfatiza.

NO PÁREO
Os vencedores 1º Aparte da Canção Nativa, Jaime Brum Carlos e Sabani Felipe de Souza confirmaram esta semana que inscreveram novas canções inéditas no festival. E aguardam a triagem para ver se estarão novamente no palco. “Estamos torcendo muito, mas temos certeza de que há muitas músicas de altíssimo nível inscritas e a peleia não será fácil, nem o papel dos jurados em escolher 12 composições entre mais ou menos umas 500”, assegura Jaime.

ETERNA AUSÊNCIA
L: Jaime Brum Carlos
M: Sabani Felipe de Souza
Ritmo: Milonga
Intérprete: Léo Almeida

Boleou a perna sem pedir licença
no rancho grande da eternidade.
Quem viveu sempre a semear o bem
deixa os amigos a colher saudade.
Esta ausência que se faz presente
pelos rodeios e nas marcações,
faz imortal a sua alma-pampa
nas almas xucras dos outros peões!

SEMPRE QUE UM LAÇO ASSOVIAR NO ESPAÇO
NUM SOBRE-LOMBO DE VIRAR POR CIMA
REBROTARÁ POR ENTRE A POLVADEIRA
A ESTAMPA GUAPA DO NEGRO LIMA.

Quem lhe seguiu o rastro, vida a fora
viu na sua morte o que um amigo vê :
o inconformismo a contrair-lhe o peito
E um grito preso a indagar: Por quê ?...

Até o seu pingo que seguiu o corpo
sentindo que não lhe veria mais,
cabeça erguida relinchava triste
como a dizer que descansasse em paz.

O campo santo onde repousa o corpo
é o berço, apenas , guardando a matéria,
pois seu espírito rumbeia os campos
na andança eterna da vida gaudéria.

Ele está entre os que nunca morrem,
porque nasceram para serem eternos,
pois os seus nomes ficam perpetuados
pelos seus atos que eram flor e cerno.

Sempre que um laço...